O ouvido é um sistema extremamente
complexo. A audição é o primeiro dos cinco
sentidos a desenvolver-se no feto, e o que permite o primeiro
contacto com o mundo.O ouvido capta os sons, converte-os em impulsos
bioelétricos, transmite-os ao longo das fibras nervosas
até ao cérebro, que lhes dá sentido e os
interpreta. Para entender melhor, imaginemos que entramos neste
órgão e "visitamos" as suas partes.
Ouvido externo
Compreende o pavilhão auricular, comummente chamado
"orelha", o canal auditivo externo e a membrana do
tímpano. Quando os sons chegam à membrana timpânica,
esta converte-os em vibrações que se transmitem
ao ouvido médio.
Ouvido médio
Em apenas um centímetro quadrado, o ouvido médio
contém os três ossículos mais pequenos do
corpo humano: o martelo, a bigorna e o estribo. Os movimentos
provenientes do tímpano amplificam-se aqui vinte e duas
vezes até serem transmitidos ao ouvido interno, quer
seja um som individual ou uma orquestra inteira.
Ouvido interno
Numa pequena estrutura chamada cóclea ou caracol
podemos encontrar mais de vinte mil células ciliadas
(internas e externas). As externas têm por função
amplificar ou inibir as vibrações que lhes chegam,
já as células ciliadas internas convertem as vibrações
em impulsos bioelétricos que através das fibras
do nervo auditivo chegam ao cérebro, onde determinam
uma sensação auditiva e lhes atribui significado.
A perda progressiva de audição é um processo
natural que varia de pessoa para pessoa e é comum com
o avanço da idade.
A redução da capacidade de ouvir e entender as
palavras, torna a vida social e familiar mais difíceis,
provocando uma sensação de vulnerabilidade, insegurança
e angústia com grandes implicações na qualidade
de vida, além doisolamento, irritabilidade, redução
da vida social, perda de autoestima, depressão. Em Portugal,
por razões de ordem cultural, socioeconómica e
mesmo de acessibilidade, o problema da surdez é muitas
vezes subestimado e sub-diagnosticado.
22% da população europeia tem diminuição
da audição. As perdas auditivas aumentam com a
idade, pelo que se estima que nos próximos 20 anos, 100
milhões de europeus tenham algum défice auditivo.
Apenas 1/3 das pessoas com défice auditivo recorrem a
reabilitação auditiva. Todos os estudos apontam
para os benefícios de estabelecer programas precoces
de reabilitação auditiva, com impacto sobretudo
na qualidade de vida das pessoas e no seu desempenho profissional.